7 de fev. de 2014

UM PEQUENO INSTANTE DE REFLEXÃO

De uns dias pra cá, tenho questionado muitas coisas. Não se preocupem os que me acompanham, que o primeiro questionado sempre sou eu. Quando me meto a refletir sobre as coisas do mundo desordenado que nos rodeia, sempre terei - antes de tudo - me colocado como o centro desses questionamentos. Assim, a consciência pesará menos e os meus "dramas" (como muitos insistem em denominar) se amenizarão. Eis que aqui vou eu com uma decisão, provocada pela observação do cotidiano.


Tenho percebido que a diferença entre um esforço sobre-humano de uma pessoa e a inércia de outra não pesa tanto. Hoje em dia todos são colocados num mesmo patamar, ainda que não procedam com a mesma postura, o mesmo nível, o mesmo entusiasmo. Parece existir uma convenção segundo a qual "todos devem ser iguais", independentemente dos contextos e das circunstâncias. Somos todos comparáveis a produtos numa linha de produção, ainda que algumas das unidades possam ser inviáveis. Isso me incomoda.


Sou adepto da meritocracia, em qualquer campo que seja. Talvez essa minha visão seja o problema. Vivemos num país em que o mérito está no clientelismo, no corporativismo, nas "panelinhas" que se formam, nas indicações políticas, na capacidade de manipular as opiniões. Profissionais dedicados são preteridos, enquanto pessoas sem nenhum escrúpulo às vezes posam de boazinhas, de competentes, "compram" a sua imagem e, no final do processo, de nada adianta para alguns a busca pela correção. É desapontador isso.


Evidentemente que ser correto sempre compensa, no final. Mas ser generoso demais às vezes provoca traumas. Querer fazer tudo certinho, ajudar os outros, aconselhar a quem se estima, parecem ser atitudes inúteis hoje em dia. Estou pensando seriamente em mudar certas posturas que não acrescentam em nada. O intervalo entre os que buscam avançar e os que não buscam absolutamente nada é nulo. É duro admitir isso, num mundo tão cheio de egoísmo. De repente, com essas palavras, eu posso estar alimentando ainda mais essa nulidade, mas - por um instante -preciso rever algumas concepções. É claro, mantendo certos princípios invioláveis, como a honestidade. Isso é obrigação, nunca mérito.

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